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28.10.08 

quando contamos uma história sobre nós mesmos, temos forçosamente de contá-la no passado. recuamos no tempo e vemos essa história a partir do local onde nos encontramos agora - já não somos actores na história, mas sim espectadores que decidiram falar. o rasto que deixamos atrás de nós surge por vezes assinalado com pedras, como aquelas que hansël deixou de início atrás de si. noutras alturas, não há rasto nenhum porque os pássaros, mal o sol nasceu, desceram das árvores e comeram todas as migalhas. a história sobrevoa esses espaços em branco e preenche-os ligando as proposições com um "e" ou um "e então".
siri hustvedt . what i loved
[obrigada, r., pela magnífica história cheia de magníficas histórias!]

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